terça-feira, 5 de novembro de 2013

Descobrindo quem somos realmente

  • Gnothi Seauton - "Conhece-te a ti mesmo". Essas palavras estavam inscritas acima da entrada do templo de Apolo em Delfos, lugar do Oráculo sagrado. Na Grécia antiga, as pessoas visitavam o Oráculo esperando descobrir o que o destino lhes reservava ou o que fazer em determinada situação. É provável que a maioria delas lesse essa frase sem compreender que ela indicava uma verdade mais profunda do que qualquer coisa que o Oráculo pudesse dizer. Talvez os visitantes também não compreendessem que, por mais importante que fosse a revelação ou exatas as informações que recebessem, elas acabariam por se mostrar inúteis, não os salvariam de infelicidades futuras nem de sofrimentos criados por eles mesmos, caso deixassem de encontrar a verdade contida na exortação "Conhece-te a ti mesmo". O significado implícito dessas palavras é: antes de qualquer indagação, faça a pergunta fundamental da sua vida: quem sou eu? 

  •  As pessoas inconscientes - e muitas permanecem nesse estado, presas ao ego ao longo de toda a sua existência - rapidamente nos dirão quem elas são: seu nome, sua ocupação, sua história pessoal, a forma ou a condição do seu corpo e qualquer outra coisa com a qual se identifiquem. Outras podem parecer mais evoluídas porque se consideram almas imortais ou espíritos divinos. Mas será que elas conhecem de fato a si mesmas ou será que apenas acrescentaram alguns conceitos espiritualistas ao conteúdo da sua mente? Conhecer a si mesmo é algo muito mais profundo do que a adoção de um conjunto de idéias ou crenças. As idéias e crenças espirituais podem, no máximo, ser indicadores úteis, no entanto poucas vezes têm o poder de desalojar os conceitos centrais mais firmemente estabelecidos de quem pensamos que somos, os quais fazem parte do condicionamento da mente humana. O profundo autoconhecimento não tem nada a ver com nenhuma idéia que esteja flutuando em torno da nossa mente. Conhecer a nós mesmos é estarmos enraizados no Ser em vez de estarmos perdidos na nossa mente.

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