terça-feira, 31 de dezembro de 2013

CONECTE-SE COM O SEU CORPO INTERIOR





Ensinamentos de Eckhart  Tolle
CONECTE-SE COM O SEU CORPO INTERIOR
Vamos fazer uma experiência agora. Talvez ajude fechar os olhos para este exercício. Depois, quando o "estar dentro do corpo" se tornar algo fácil e natural, isso não será mais necessário.
DIRIJA A ATENÇÃO para dentro do seu corpo. Sinta-o lá no fundo. Está vivo? Há vida nas suas mãos, braços, pernas e pés, em seu abdómen, no seu peito?
Você consegue sentir o campo de energia sutil impregnando todo o seu corpo e fazendo palpitar cada órgão e cada célula? Percebe o que está acontecendo em todas as partes do corpo ao mesmo tempo, como se fosse um só campo de energia?
Mantenha o foco, por uns momentos, sobre a sensação que passa pelo seu corpo interior. Não comece a pensar sobre ela. Sinta-a.
Quanto mais atenção você der à sensação, mais clara e forte ela ficará. É como se cada célula se tornasse mais viva e, se você tiver uma forte percepção visual, talvez obtenha uma imagem do seu corpo ficando luminoso. Embora uma ima­gem assim possa ajudá-lo temporariamente, preste mais atenção ao que você está sentindo do que a qualquer imagem que possa surgir. Uma imagem, não importa o quanto seja bela ou poderosa, já tem uma forma definida e, por isso, deixa menos espaço para penetrar mais fundo.



 
                     UM MERGULHO PROFUNDO NO CORPO
Para ir mais fundo dentro do seu corpo, faça uma meditação. Não vai levar muito tempo, só 10 a 15 minutos.
PROVIDENCIE PARA QUE não haja distrações externas, como telefonemas ou pessoas que possam interromper. Sente-se em uma cadeira, mas não encoste. Mantenha a coluna ereta. Isso ajuda a ficar alerta. Você também pode escolher uma posição favorita para meditar.
Certifique-se de que o seu corpo está relaxado. Feche os olhos. Respire profundamente algumas vezes. Sinta a respi­ração na parte inferior do abdómen. Observe como ele se expande e se contrai levemente, a cada entrada e saída de ar.
Depois tome consciência de todo o campo de energia inte­rior do seu corpo. Não pense a respeito, apenas sinta-o. Ao fazer isso, você retira a consciência do campo da mente. Se ajudar, visualize a "luz" que descrevi anteriormente.
Quando você não encontrar mais obstáculos para sentir o corpo interior como um campp único de energia, descarte, se possível, qualquer imagem visual e se concentre apenas na sensação. Se possível, descarte também qualquer imagem mental que você ainda tenha do corpo físico. O que sobrou é uma abrangente sensação de presença ou "existência" e uma percepção de um corpo interior sem fronteiras.
A seguir, concentre sua atenção mais fundo nessa sensação. Forme uma unidade com ela. Junte-se de tal modo ao campo de energia que você não mais perceba a dualidade entre o observador e o observado, entre você e seu corpo. A separação entre o interior e o exterior também se dissolve nesse momen­to, e, assim, não existe mais um corpo interior. Ao entrar pro­fundamente no corpo, você transcendeu o corpo.
Permaneça nessa região do puro Ser pelo tempo que você se sentir bem. Depois retome a consciência do corpo físico, da sua respiração, dos sentidos, e abra os olhos. Observe o que está à sua volta por alguns minutos, em um estado meditativo, isto é, sem dar nome a nada, e continue a sentir o corpo interior enquanto faz isso.
Ter acesso a essa região sem forma traz uma liberdade verda­deira. Ela nos liberta da escravidão da forma e da identificação com a forma. Podemos chamá-la de Não-Manifesto, a Fonte invi­sível de todas as coisas, o Ser que está presente em todos os seres. É uma região de profunda serenidade e paz, mas também de alegria e vida intensas. Sempre que estamos presentes, nos tor­namos, de um certo modo, "transparentes" à luz, passamos a ser a consciência pura que emana dessa Fonte. Percebemos também que a luz não está separada de quem somos, mas constitui a nossa verdadeira essência.
Só quando a nossa consciência se volta para o exterior é que a mente e o mundo passam a existir. Quando se dirige para o inte­rior, ela percebe a sua própria Fonte e regressa ao Não-Manifesto.
Assim, quando a nossa consciência retorna ao mundo manifesto é que recuperamos a identidade da forma, que tinha sido abandonada temporariamente. Passamos a ter um nome, um passado, uma situação de vida, um futuro. Mas, em um aspecto particular, já não somos mais os mesmos de antes, porque vislumbramos uma realidade em nosso interior que não é "deste mundo", embora não seja separada dele, do mesmo modo que não é separada de você. Adote, daqui para a frente, a seguinte prática espiritual:
AO caminhar PELA vida, não dê 100 por cento de atenção ao mundo exterior e à sua mente. Deixe alguma coisa no interior.
Sinta o corpo interior, mesmo quando estiver fazendo algu­ma atividade de rotina, principalmente nos relacionamentos ou quando em contato com a natureza. Sinta a serenidade bem lá no fundo. Mantenha a porta aberta.
É possível ficar consciente do Não-Manifesto em todas as ocasiões. Você sentirá uma profunda sensação de paz em algum lugar lá no fundo, uma serenidade que nunca abandonará você, não importa o que aconteça lá fora. Você passa a ser a ponte entre o Não-Manifesto e o manifesto, entre Deus e o mundo.
Esse é o estado de conexão com a Fonte. É o que chama­mos de iluminação.

FINQUE RAÍZES PROFUNDAS NO SEU EU INTERIOR
A negatividade deixa de nos afetar e tendemos a atrair novas circuns­tâncias que refletem essa alta frequência.
Quanto mais concentramos a atenção no corpo, mais nos fi­xamos no Agora. Não nos perdemos no mundo exterior nem na mente. Pensamentos e emoções, medos e desejos podem até estar presentes, mas não vão mais nos dominar.
VERIFIQUE ONDE ESTÁ a sua atenção neste momento. Ou você está me ouvindo ou está lendo minhas palavras em um livro. Aqui está o foco da sua atenção. Você também está percebendo o que está ao redor, as outras pessoas, etc. Além disso, pode haver alguma atividade mental em volta do que você está ouvindo ou lendo, algum comentário mental, embora não haja necessidade de nada disso absorver toda a sua atenção.
Verifique se você consegue estar em contato com o seu corpo interior ao mesmo tempo. Mantenha parte da sua atenção no interior. Não permita que ela se disperse. Sinta todo o seu corpo, lá no fundo, como um só campo de energia. E quase como se você estivesse ouvindo ou lendo com todo o seu corpo. Pratique nos próximos dias e semanas.
Não desvie toda a sua atenção da mente nem do mundo exterior. Procure, por todos os meios, se concentrar naquilo que você está fazendo, mas sinta o corpo interior ao mesmo tempo, sempre que possível. Tenha as raízes fincadas dentro de você. Observe, então, como isso altera o seu estado de consciência e a qualidade do que você está fazendo.
Não aceite ou rejeite simplesmente essas minhas palavras. Pratique-as.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

VIVENCIANDO A CONSCIÊNCIA PURA

        Ensinamentos de Eckhart Tolle

VIVENCIANDO A CONSCIÊNCIA PURA


Sempre que observamos a mente, livramos a consciência das formas da mente, criando aquilo que chamamos o observador ou a testemunha. Conseqüentemente, o observador - que é a pura cons­ciência além da forma - se torna mais forte e as formações mentais se tornam mais fracas.



Quando falamos sobre observar a mente, estamos personalizan­do um fato de verdadeiro significado cósmico porque, através de você, a consciência está despertando do seu sonho de identificação com a forma e se retirando da forma. Isso é o prenúncio - e tam­bém parte - de um acontecimento que provavelmente ainda está num futuro distante, no que diz respeito ao tempo cronológico. Esse acontecimento é conhecido como o fim do mundo.
PARA FICARMOS PRESENTES no dia-a-dia, ajuda muito estar­mos profundamente enraizados dentro de nós. Do contrário, a mente, que tem um impulso inacreditável, nos arrastará com ela, tal como um rio caudaloso.
Significa ocupar o corpo completamente. Ter sempre a aten­ção concentrada no campo energético interipr do corpo. Sentir o corpo bem lá no fundo, como se diz. A consciência do corpo nos mantém presentes. Ela nos dá uma base firme no Agora.
O corpo que podemos ver e tocar não consegue nos conduzir para dentro do Ser. Mas esse corpo visível e palpável é só uma casca, ou melhor, uma percepção limitada e distorcida de uma rea­lidade mais profunda. Em nosso estado natural de conexão com o Ser, essa realidade mais profunda pode ser sentida, a cada momen­to, como o corpo interior invisível, que é a presença viva dentro de nós. Portanto, "habitar o corpo" é sentir o corpo bem lá no fundo, de modo a sentir a vida dentro dele e, assim, perceber que somos algo mais além da forma exterior.
Enquanto sua mente absorver toda a sua atenção, você não con­seguirá estar em conexão com o Ser. Quando isso acontece - e acontece sem parar para a maioria das pessoas -, você não está em seu corpo. A mente absorve toda a sua consciência e a transforma em matéria mental. Você não consegue parar de pensar.



Para se tornar consciente do Ser, você precisa ter de volta a cons­ciência aprisionada pela mente. Essa é uma das tarefas mais essen­ciais na sua jornada espiritual. Ela vai libertar grandes porções de consciência que antes estavam presas nos pensamentos inúteis e compulsivos. Uma forma muito eficaz de realizar essa tarefa é desviar o foco da atenção do pensamento e dirigi-lo para o interior do seu corpo, onde o Ser pode ser percebido, numa primeira etapa, como o campo de energia invisível que dá vida àquilo que você entende como o seu corpo físico.