sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Vícios


  • Um padrão de comportamento compulsivo de longa duração pode ser chamado de vício, e um vício vive dentro de nós como uma quase-identidade ou subpersonalidade - um campo energético que periodicamente assume total controle sobre nós. Ele chega de fato a dominar nossa mente, a voz na nossa cabeça, que, assim, se torna a voz do vício. Pode dizer-nos algo como: "Você teve um dia duro. Merece um agrado. Por que se negar o único prazer que lhe resta na vida?" E, assim, se nos identificarmos com a voz interior por causa da falta de consciência, nos veremos caminhando para a geladeira e pegando uma bela torta de chocolate. Em outras ocasiões, o vício pode superar completamente nossos pensamentos e, de repente, talvez estejamos fumando um cigarro ou segurando um copo de bebida. "Como é que isso veio parar na minha mão?" Tirar o cigarro do maço e acendê-lo ou servir-se de uma bebida foram atos executados em total inconsciência. 

  •  Se você tem um padrão de comportamento compulsivo, como fumar, comer em excesso, beber, ver televisão, ficar muitas horas conectado à internet ou qualquer outra coisa do gênero, pense em fazer o seguinte: quando observar a necessidade compulsiva despontar dentro de si, pare e respire conscientemente três vezes. Isso desperta a consciência. Então, por alguns minutos, tome consciência dessa ansiedade como um campo energético no seu interior. Sinta de modo consciente essa necessidade física ou mental que o leva a querer ingerir algo, consumir determinada substância ou adotar uma forma de comportamento compulsivo. Em seguida, respire conscientemente mais algumas vezes. Depois, poderá descobrir que a urgência compulsiva desapareceu - pelo menos dessa vez. Ou que ela ainda o domina, e tudo o que lhe resta é agir sob seu comando de novo. Nesse caso, porém, não faça disso um problema. Torne o vício parte da sua prática de consciência, seguindo as instruções que acabei de fornecer. A medida que a consciência for aumentando, os padrões de dependência começarão a se enfraquecer e acabarão por se dissipar. Lembre-se, contudo, de estar atento a todos os pensamentos que justificam o comportamento exigido pelo vício, algumas vezes com argumentos inteligentes. Pergunte-se: "Quem está dizendo isto?" E perceberá que é o vício. Uma vez que você saiba disso, que esteja presente como o observador da sua mente, serão menores as probabilidades de que ele o engane para que atenda sua vontade.

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