- Ao longo do dia, vemos e ouvimos uma sucessão de coisas em contínua mutação. No primeiro momento, quando vemos algo ou ouvimos um som - sobretudo se não estamos familiarizados com eles -, antes que a mente os nomeie ou interprete, costuma surgir uma lacuna de atenção alerta na qual ocorre a percepção. Essa lacuna é o espaço interior. Sua duração difere de pessoa para pessoa. É fácil perdê-la porque, no caso de muita gente, ela é extremamente curta, talvez de apenas um segundo ou menos. Veja o que acontece: no primeiro momento da percepção de uma nova imagem ou de um novo som, há uma breve suspensão do fluxo habitual de pensamento. A consciência é desviada do pensamento porque ela é requerida para sentir a percepção. Uma imagem ou um som muito incomuns podem nos deixar "sem palavras" - até mesmo internamente, ou seja, eles produzem uma lacuna mais longa.
- A freqüência e a duração desses espaços determinam nossa capacidade de desfrutar a vida, de sentir uma ligação interior com as pessoas e também com a natureza. Elas estabelecem ainda nosso grau de libertação do ego, pois este implica a inconsciência total da dimensão do espaço.
- Quando nos tornamos conscientes desses breves intervalos que acontecem naturalmente, eles começam a se tornar mais longos. À medida que isso ocorre, vamos vivenciando com uma freqüência crescente a alegria de perceber as coisas com pouca ou nenhuma interferência do pensamento. O mundo ao nosso redor então parece revigorado, novo e vivo. Quanto mais percebemos a vida por intermédio de uma tela mental de abstração e conceituação, mais desanimado e monótono se torna o ambiente em torno de nós.
Ensinamentos simples de ECKHART TOLLE que nos permitem acessar a consciência, O AQUI E O AGORA
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
Percebendo as lacunas
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